http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2013/10/1362406-brasileiros-propoem-novo-metodo-para-descobrir-planetas.shtmlUm trio de cientistas brasileiros desenvolveu um novo método para descobrir planetas fora do Sistema Solar e pretende testá-lo em breve
Os dois principais métodos conhecidos para encontrar mundos são o de velocidade radial e o de trânsito.
O primeiro mede o suave bamboleio da estrela conforme planetas interagem gravitacionalmente com ela.
Já o segundo verifica pequenas reduções no brilho da estrela conforme um planeta passa à frente dela.
A estratégia sugerida por Caius Lucius Selhorst e Cássio Leandro Barbosa, ambos da Univap (Universidade do Vale do Paraíba), em associação com Adriana Válio, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, tem associação com esse segundo método.
A técnica também medirá, mas em frequências de rádio e de micro-ondas, reduções de brilho ocasionadas pelo trânsito de planetas à frente das estrelas.
Contudo, o que para os telescópios tradicionais destinados a observar trânsitos era uma fraqueza --o nível de atividade da estrela--, para o Alma será uma vantagem.
Quanto maior o nível de atividade estelar (na forma de manchas e erupções), mais sensível será o equipamento para conseguir detectar planetas pequenos.
Por isso os cientistas esperam que em anãs-vermelhas --estrelas menores, mas mais ativas que o Sol-- seja possível encontrar até mesmo planetas do tipo terrestre na zona habitável.
PILOTO
O trabalho que sugere a nova técnica já foi aceito para publicação no periódico "The Astrophysical Journal Letters". "Foi aceito em tempo recorde", afirma Cássio Barbosa.
A ideia do trio agora é fazer um teste do método com um sistema planetário já conhecido --Epsilon Eridani.
Trata-se de uma estrela próxima, bastante ativa, que tem um planeta gigante e dois cinturões de asteroides conhecidos.
O teste do método será detectar pelo menos o planeta já conhecido, como prova de princípio.
Caso funcione, aí sim os cientistas esperam pedir tempo de observação no Alma para tentar descobrir novos planetas em outras estrelas.
A comunidade científica brasileira tem acesso ao Alma por meio da participação nacional no ESO (Observatório Europeu do Sul), um dos parceiros no conjunto de radiotelescópios.
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