Hoje, há centenas de milhares de partículas de lixo espacial na órbita da Terra. Se ninguém se encarregar de fazer a limpeza, a corrida espacial está ameaçada
Olhando para o céu noturno, os anéis da Terra nunca foram tão bonitos. Diferentemente das faixas de poeira de Saturno, no entanto, o halo da Terra foi feito por nós mesmos. Não passa de um cordão formado por lixo espacial, destroços amassados de milhares de satélites que já serviram para monitorar o clima, transmitir programas de TV e ajudar as pessoas a se localizarem. E, se não forem varridos para longe dali, podem ser um obstáculo para a nova corrida espacial que se desenha: neste ano, o governo americano anunciou o objetivo de chegar em Marte até 2030 e algumas empresas privadas já estão testando aviões para circular pela órbita terrestre.
A preocupação atual ganhou corpo em fevereiro de 2009, quando a estrutura russa já defunta Kosmos-2251 e o satélite de comunicações Iridium 33 colidiram à velocidade de 42,1 mil km/h. O impacto estraçalhou um dos painéis do Iridium 33 e fez com que ele começasse a girar de maneira irrefreável. A Kosmos-2251 foi destruída. De acordo com a Space Surveillance Network (SSN, ou Rede de Vigilância Espacial), unidade militar dos Estados Unidos, as órbitas dos dois agora têm nuvens de destroços formada por mais de 2 mil fragmentos maiores que dez centímetros.
Cemitérios
Resolver o problema envolve algumas providências simples como assegurar que as coberturas de proteção dos foguetes fiquem presas às naves, em vez de serem descartadas no espaço. Ao final de seu uso, satélites de comunicação deveriam ser impulsionados para uma “órbita-cemitério” 300 quilômetros acima de onde atualmente costumam ser descartados.
Prêmio espacial
De acordo com as leis marítimas, qualquer pessoa pode remover um navio abandonado sem a permissão do proprietário, mas não acontece a mesma coisa com os veículos espaciais, de acordo com estipulação do Tratado do Espaço Sideral de 1967. “Uma vez que você manda algo lá para cima, é seu para a vida toda”, diz James Dunstan, advogado especializado em questões do espaço.
De acordo com as leis marítimas, qualquer pessoa pode remover um navio abandonado sem a permissão do proprietário, mas não acontece a mesma coisa com os veículos espaciais, de acordo com estipulação do Tratado do Espaço Sideral de 1967. “Uma vez que você manda algo lá para cima, é seu para a vida toda”, diz James Dunstan, advogado especializado em questões do espaço.
Um dos atrativos do lixo espacial é que sua reciclagem seria altamente rentável. Dunstan avalia que, das 6 mil toneladas de material que orbitam a Terra, um sexto é de alumínio de alta qualidade na forma de foguetes superiores descartados. Se fossem unidos, poderiam se transformar em uma estação espacial baratíssima. “Eles podem virar material de proteção para outros satélites. Por que não colocar um barraco improvisado em órbita?”, diz, em tom de brincadeira.
O equivalente de um ferro-velho de peças espaciais está muito longe de se tornar uma possibilidade, mas a necessidade de se fazer alguma coisa com o lixo cósmico é imediata. “A nossa capacidade futura de usar o espaço está diretamente ameaçada pelos destroços lá espalhados”, diz Szoka.
Nos Estados Unidos, a Ball Aerospace and Technologies fez parceria com a Boeing no satélite Space Based Space Surveillance (SBSS, ou Vigilância Espacial com Base no Espaço), um telescópio específico para ser usado para detectar lixo espacial, que está pronto para ser lançado.
Fonte: Revista Galileu
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