Vê-se a forma e vira, Cai de encaixe a peça,
Noutra cor sem pressa Que girando brilha
Que mudando a trilha, Segue nova dança
Longe o olho alcança, Curioso a vê-la,
Deslizante pela
Luz de uma estrela,
E com a mão movendo,
Vai se refazendo,
Toda caprichosa,
Numa grande rosa,
Que mais cintilante,
Tal qual um brilhante,
Pedra harmoniosa
Semi-preciosa,
A rolar, vistosa
Dentro, solta e lenta
Que girando inventa
Uma constelação,
Penas de pavão,
Gira e voa e vira…
E logo se retira
Já depois mais belos,
Montam-se os elos,
Verdes e amarelos,
Ardem tons de azuis,
Tão cheios de luz,
Mas não há demora,
Veja que agora,
Pontos de vermelho
Brilham no espelho,
Vertem-se turquesas
Sutis realezas
Em laranjas crescem, Em marrons padecem
Que dançando mais, Tombam de lilás
Outra cor avança, Logo, logo alcança
Manto violeta, Tom de borboleta
E girando fácil,, Pleno de minúcias,
E cedendo ao vício, Degustando o ócio,
Remontando as luzes, Ligando as matizes,
Colorindo as asas, Revirando as coisas
Encaixando as cores,
Desenhando em pares, Um milhão de flores
Desenhando em pares, Um milhão de flores
Uma mão movendo, Sendo um olho lendo
Que mirando gira, Que girando muda
Que mudando acende, Que acendendo inspira
Que inspirando vira, Outra forma e mira.
Ricardo Fabião
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